quarta-feira, 9 de junho de 2010

É, pois, necessária, da parte do ator, uma orientação nova e vigorosa, uma vez que a arte de representar de que até hoje temos disposto se fundamenta na concepção de que o homem é o que é precisamente e de que, em prejuízo da sociedade ou em seu prejuízo próprio, como tal permanece, “eternamente humano”, “por natureza, assim, e não outra coisa” etc. Tem de tomar posição, intelectual e emocionalmente, em relação às personagens e às cenas. A nova orientação que se exige do ator não é uma operação fria, mecânica; o que é frio e mecânico não se coaduna com a arte, e esta nova orientação é, justamente, de natureza artística. Se a ator não estabelecer uma autêntica ligação com o novo público, se não tiver um interesse apaixonado pelo progresso humano, essa nova orientação não poderá concretizar-se.

Bertolt Brecht

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