sexta-feira, 16 de março de 2012

Ensaio 16.03



Cheguei no ensaio da acidental 40 minutos após seu começo. E não sei se é olhar de futura mamãe, mas vi algo muito bom e receptivo entre os acidentais. Temos 6 anos de convivência intensa, e, como todo grupo de pessoas que convive por um certo tempo criamos verdades comportamentais que "nunca mudam": "A gente sempre aquilo", "A gente nunca isso", e assim vai.

2011 foi nosso primeiro ano de trabalho novo fora da universidade, demoramos pra engrenar, demoramos para olhar o outro de uma forma mais madura e enxergar o artista que há em cada um, nos víamos como os antigos colegas de turma que faziam cenas pedidas pelos professores e ponto (mesmo que quase inconscientemente). Hoje vi algo diferente. Se ainda insistimos em falta de 'espaço' (não o físico, apesar desse também ser um problema) precisamos rever nossas verdades. Vi respeito, admiração, escuta, carinho. Falavam sobre batatas, geladeiras, facas; sôfregos, com voz de mulher, entre parênteses; dançavam e se permitiam. Afinal somos companheiros, estamos na companhia (acidental) uns dos outros por algum motivo. Corpos suados, querendo trabalho, querendo se expor. O aniversariante centenário do ano norteia, por hora, nossos caminhos. Hoje, naquele espaço, vi olhos sedentos, olhos de artista.
Longa vida à acidental.
Da quase mamãe, Tati Mayumi.

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